sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Amor não escolhe idades [6º Capitulo]

A manhã já raiava e Lúcia apercebeu-se que dormira com João no sofá. Ela estava tão encantada com aquele momento. Dormira com a pessoa que ama.
João deparou-se com Lúcia a olhar para ele, vendo-o dormir.

- Bom dia joia.
- Bom dia dorminhoco.
- Dormiste bem?
- Sim e tu?
- Muito bem, desde que tenho a princesa mais bela aqui.
- Oh, não sejas exagerado.
- Não sou nada.
- Olha vamos despachar-nos. Temos muito para fazer.

Despacharam-se sem perderem um minuto pois sabiam que não podiam dar nas vistas.
João deixou-a perto de casa para que os pais dela não desconfiassem da mentira que a filha tinha dito.
Momentos depois, Lúcia olha para o telemóvel e vê uma mensagem de João.

De: João "A noite de hoje foi incrível! Amei cada momento a teu lado. Amo-te"

De: Lúcia "Também amei a noite. Foi como um conto de fadas. Amo-te"

Miguel nesse dia foi a casa de Lúcia ver como ela estava. Bateu à porta e Lúcia atendeu-o.

- Olá Lúcia. Tudo bem?
- Olá Miguel. Entra! Sim está tudo bem e contigo?
- Sim comigo também está. Vim ver como estavas.
- Estou bem. Por acaso estava a pensar em te ligar para irmos beber um café.
- Se quiser ir podemos ir a qualquer lado.
- Por mim tudo bem.

Sairam de casa e foram em direcção a um café à beira-mar. Beberam café e passearam um pouco pela praia, enquanto caminhavam pela areia, Miguel pensava numa maneira de se dirigir a Lúcia sem que ela se chateie.

- Lúcia . . .
- Sim Miguel?
- Como vão as coisas entre ti e o João?
- Vão bem porque?
- Por nada. Só perguntei porque sabes que me preocupo contigo.
- Sim eu sei mas tens algo para me dizer.
- Oh Lúcia, eu só prezo o teu bem e não quero que ele te magoe só isso.
- Não me queres dizer mais nada?
- Só quero o teu bem e acho que ele ainda te vai magoar. Tem mais idade que tu, mais experiência, mais vivência. Vai querer coisas que tu não estás disposta a dar-lhe. E depois vão acabar por se chatear porque ele não suporta um "não".
- Oh Miguel, isso nunca irá acontecer. Ele não é desse género de pessoa. Ele sabe sim o que quer mas não quer magoar-me.
- Pronto Lúcia. Está bem mas sabes que tens o meu apoio para tudo o que necessitares.
- Obrigada irmão.

Estava-se a fazer tarde e a mãe de Lúcia liga-lhe e diz-lhe para se despachar a chegar a casa. Enquanto não chega a casa, manda mensagem a João mas este não lhe responde.
Chegada a casa, pousa a mala e janta com sua familia que já a esperava. Acaba de jantar, vai para seu quarto, olha para o telemóvel e nem sinal de João.
Lúcia começa a perguntar-se a si mesma que se passará com ele para que não responda.
Chega a adormecer sem sinal dele. Quando acorda, tem uma mensagem de João muito agressiva.

De: João "Lúcia, não quero nem gosto de ser controlado. Se fosse para ser controlado vivia em casados meus pais. Acabou"

Lúcia ao ver a mensagem de João não pensou em mais nada a não ser ligar a Miguel para desabafar. Quando ele chegou a casa dela, viu que ela estava de rastos, tinha os olhos encharcados em lágrimas.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Amor não escolhe idades [5º Capitulo]

Chegada a casa, Lúcia não consegue parar de pensar que Miguel a beijou. Mas realmente o coração dela pertencia a João. Ela só pensava nele. Ficava em estado eléctrico quando recebia alguma mensagem de João.

Nesse momento ela olha para o telemóvel e vê que João lhe está a ligar.

J: Lúcia tens um tempinho?

L: Tenho porque?

J: Eu sei que vieste hoje de ferias mas eu queria estar contigo. Pode ser?

L: Pode ser sim. Daqui a 5 minutos e encontramo-nos ao fundo da minha rua.

J: Ok então até já.

Lúcia despacha-se na maior velocidade e apressa-se a ir ter com João que já a esperava no seu carro. Ela entrou no carro e assim que ela entra dá-lhe um beijo fervoroso que a deixa sem palavras. Foram para um sitio calmo à beira-mar. Caminharam sobre a areia naquele fim de tarde espectacular e quando Lúcia pára em frente de João.

- João preciso de te contar uma coisa. Não sei se vais gostar mas preciso mesmo.

- Que foi Lúcia?

- João eu gosto muito de ti, passei esta semana toda a pensar em ti, não sei mais que fazer. Não me sais da cabeça.

- Mas minha linda, sabes eu também gosto muito de ti, mas preciso de pensar. São 11 anos que nos separam. Se tivesses um pouco mais de idade, dava-se a volta.

- Mas João, sabes que o amor não escolhe idades. E como tal acho que não é necessário se dar a volta a nada. Basta nós gostarmos um do outro e não há problemas.

- Isso pensas tu Lúcia.

Nesse momento Lúcia senta-se na areia, e fica pensativa. João sem saber o que haveria de fazer, senta-se também ao lado dela, metendo-lhe o braço por cima dela pois corria uma brisa suave. Olharam um para o outro e nesse momento quando deram conta, estavam selando aquele dia com um beijo. A partir desse momento João sabia que Lúcia sentia algo por ele e que nem queria acreditar. Estava beijando uma rapariga com mais 11 anos que ela.

João afasta Lúcia e pergunta-lhe:

- É isto que queres?

- É e será.

- Mas sabes os riscos que corres?

- Sei sim e quero corre-los na mesma.

- Ainda bem.

A partir desse dia, começou a bela história deles. Os pais de Lúcia quando a viram chegar a casa desconfiaram do sorriso que ela trazia na cara e perguntaram-lhe o que se passava com ela.

- Que tens Lúcia para estares assim tão sorridente? – Diz Sofia curiosa

- Nada apenas o dia correu-me bem. – Disfarça Lúcia

- Hum isso trás água no bico. Mas está bem não vou fazer perguntas. Se não queres contar não contes.

Lúcia segue para o seu quarto e vê uma mensagem de João.

De: João “Meu anjo, adorei o dia de hoje. Espero que também tenhas gostado. Amo-te”

De: Lúcia “Claro que gostei meu principe. Amei o dia de hoje contigo. Amo-te”

Deita-se na cama, sonhando acordada, depois daquele dia excelente com a pessoa que ela ama. Ficou ali horas sonhando acordada até que sua mãe vem ao seu quarto dizer-lhe para ir jantar.

- Filha, demoras muito?

- Diz mãe. Não estava cá.

- Que se passa filha? Estas diferente desde esta tarde.

- Sabes mãe é complicado de dizer que não sei se vais aceitar ou não.

- Diz filha. Sabes que a mãe nunca se opôs as tuas ideias ou aos teus interesses.

- Mãe, sabes eu tenho andado assim porque gosto de uma pessoa.

- Que bom filha. E quem é ele? É o Miguel?

- Não mãe, não é o Miguel.

- Então quem é ele?

- Chama-se João, tem mais 11 anos que eu. Conhecemo-nos naquele dia em que eu fui à discoteca. É um querido. Não deixou nenhum rapaz se aproximar de mim. Nem um rapaz que me quisesse fazer mal.

- Oh filha e por isso é que não querias contar? Isso é tão bom filha. Só que sabes que o teu pai pode não ser a favor dessa relação pois ele é menos liberal que eu.

- Pois mãe, eu sei que sim. Mas veremos se eles se dão bem ou não.

- Filha qualquer dia pedes ao João para vir cá jantar. Assim o nos conhecemo-lo.

- Está bem mãe. Eu vou falar com ele.

As duas desceram para jantar mas Lúcia esquecera-se que João lhe iria ligar então deixou o telemóvel no quarto enquanto jantava. Quando acabara de jantar, ela lembrou-se que ele lhe iria ligar e quando olhou tinha varias chamadas e mensagens a perguntar se estava tudo bem com ela. No momento em que Lúcia lhe ia responder a uma delas, João liga.

J: Pensava que te tinha acontecido algo amor.

L: Não amor. Não aconteceu nada. Apenas esqueci-me do telemóvel no quarto e quando me lembrei já tinha imensas chamadas tuas.

J: Lembrei-me se não querias ir beber um café comigo agora?

L: Posso ir amor. Queres vir buscar-me a casa ou queres no sitio do costume?

J: Por mim pode ser á tua porta. Não me importo. Mas porque perguntaste?

L: Eu depois digo sim?

J: Ok amor. Então espera que te dê um toque. Beijos

L: Beijos

Como combinado João chega à porta de Lúcia e dá-lhe um toque. Ela entra no carro dele e voltam-se a beijar com fervor. Foram a um café sossegado perto de casa dele. Tudo parecia uma maravilha quando João se lembra de que Lúcia tinha algo para lhe dizer.

- Então que me tinhas a dizer?

- Ah é que falei á minha mãe que namoramos.

- Lúcia estas doida? Supostamente não era para ser já.

- Pois mas eu não aguentei e contei. O facto é que a minha mãe aceitou. Só falta saber o meu pai.

- Ainda bem que a tua mãe aceitou mas porque é que o teu pai não aceitou?

- Porque o meu pai não sabe ainda. Não lhe contei e a minha mãe também acho melhor não lhe contar até que fosses jantar lá a casa.

- Jantar lá a casa?

- Sim jantar lá a casa. Porque? Estás com problemas?

- Já vi que com a tua mãe não mas com o teu pai sim.

- Então mas não fiques assim que o meu pai tem de aprender que a filha já não é nenhuma criança.

- Pronto está bem. Então e para quando é esse jantar?

- Não sei tenho de falar com a minha mãe mas também preciso de saber quando te dá jeito.

- Por mim qualquer altura dá.

Saíram do café mas como já era tarde, João sugeriu irem para casa dele passar a noite. Chegaram a casa dele e Lúcia não queria acreditar. A casa era espaçosa e toda ela arrumada. Nunca vira uma casa daquelas tão bem arrumada.

- A tua casa é muito bonita.

- Obrigada. Tento o mínimo que esteja sempre arrumada. Nunca se sabe quando virá alguém fazer uma visita.

- Pois isso é sempre. A mim acontece-me sempre cada vez que tenho a casa para arrumar.

- Mas deixemos isso. Queres ver um filme?

- Por mim pode ser. Mas antes posso ir à varanda?

- À varanda? Fazer o quê?

- Fumar um cigarro.

- Sim podes ir. Não á problema.

Enquanto Lúcia foi fumar um cigarro, João foi á cozinha preparar qualquer coisa para comerem quanto viam o filme. Quando acabou o cigarro, foi para a sala e sentou-se no sofá esperando que João se despachasse. Começaram a ver o filme e João não sabia o que fazer. Não sabia se a havia de agarrar, se havia de a deixar ali sentada e concentrada.

Ganhou coragem e abraçou-a. E ali ficaram até que a meio do filme, Lúcia olhou para João e seus lábios se uniram numa paixão quente e louca. Tocaram no corpo um do outro mas de repente João afastou Lúcia.

- É isto que queres Lúcia?

- Isto o quê?

- Ir mais além do que só isto.

- Sim João. Não faças mais perguntas.

Voltaram a beijar-se calorosamente. Ela sentia a pele macia dele contra a sua, ele começou a tirar-lhe a camisola enquanto lhe beijava o pescoço. Ela esperando aquele momento sobe a camisola dele sentindo ainda mais a sua pele e seus músculos fortes contra si. Ele agarrou-a e sentou-a no colo dele sem deixar de a beijar. O clima foi aquecendo à medida que sentiam o toque de cada um. Para Lúcia aquele momento era o que ela mais esperava. Ela sentia que amava João e que João também a amava.
Depois daquele momento, ambos adormeceram no sofá bem enroscadinhos um no outro.

sábado, 8 de outubro de 2011

Amor não escolhe idades [4º Capitulo]

Eram 8h da manhã e Lúcia acorda, olha para o seu lado e vê Miguel dormindo profundamente. Ela fica parada a olhar para ele, apreciando o ar angelical que ele tem a dormir.

Passado poucos minutos Miguel acorda e vê que Lúcia o observava atenta. Sem dizer uma única palavra, ele olha para ela e abraça-a. Ela nem queria acreditar que ele estava a fazer aquilo. Nem queria acreditar que ele fosse tão carinhoso.

- Bom dia. Dormiste bem? - Perguntou Miguel

- Sim dormi e tu?

- Também dormi. Reparei que estavas a olhar para mim.

- Sim, não te queria acordar e como estavas a dormir tão profundamente apenas me concentrei em ti.

- Oh Lúcia és uma querida. Bem vai-te lá despachar, vai tomar banho que eu vou ver se os outros já estão levantados.

Lúcia entrou na casa de banho para tomar banho e Miguel não hesitou e quando viu que ela estava a tomar banho decidiu espreitá-la sem que ela desse conta. Ele ficou tão compenetrado no corpo de Lúcia que só pensava em poder tocar naquele corpo acabado de sair do banho, com as gotas de água escorrendo pela sua pele clara e suave.

Joana e Mauro já se encontravam levantados quando Miguel e Lúcia se acabaram de despachar. Tomaram o pequeno-almoço e decidiram ir dar uma volta pelo campo verdejante que estava à sua frente. Depois de uma longa caminhada, Lúcia sentou-se e descansou um pouco, pois não estava habituada a andar aquela distância toda.

Assim que Lúcia se sentou, puxou de um cigarro e enquanto o acendia Miguel sentara-se ao seu lado, fazendo-lhe companhia enquanto ela fumava o cigarro.

- Preocupa-te alguma coisa? - Pergunta Miguel

- Porquê? - Responde Lúcia

- Não sei, pareces distante. Não disseste uma única palavra desde que começamos a andar pelo campo.

- Não é nada Miguel. Não te precisas de preocupar.

- Lúcia já te conheço à muito tempo e sei que se passa algo. Só que não queres contar.

- Sabes Miguel . . . - Diz Lúcia hesitado - Estou um pouco estranha pois não sei como hei-de dizer isto.

- Diz de uma vez por todas. - Diz Miguel curioso

- No outro dia, cruzei-me com um rapaz numa discoteca, chama-se Américo, muito giro. Ele era um querido, levou-me a casa, não deixou ninguém fazer-me mal nessa noite. Todos os rapazes que queriam algo comigo, ele não deixava. Quando ele me deixou em casa, trocamos de numeros para podermos falar mais, pois aquele rapaz me interessou pela maneira de ser dele.

- Sim Lúcia onde queres chegar com isto?

- Acho que estou a gostar dele. O problema é que ele é mais velho que eu, uns 11 anos.

- Lúcia, sabes o que significa ele ser mais velho 11 anos que tu não sabes? Sabes que tens uma pessoa mais velha contigo, sabes que tens de ter consciencia que ele pode não querer aquilo que tu queres. Ele pode querer algo que tu não queiras.

- Sim Miguel, eu sei. Mas eu acho que estou mesmo apaixonada por ele. Embora eu saiba que a idade é um pouco complicada, pois não sei como vão reagir as outras pessoas. Mas sei que é ele quem eu quero. Temos trocado mensagens todos os dias. Ele deixa-me muito alegre.

- Lúcia se é isso que queres, tudo bem. Eu sou teu amigo, ou seja, melhor amigo. E como tal estou aqui para te ajudar e ouvir-te sempre que necessitares.

Lúcia abraça-o num gesto de longa amizade. Eles voltam para a casa. Lúcia olha para o telemóvel e tem uma mensagem de João.

De: João "Bom dia minha deusa. Como dormiste? Beijos"

De: Lúcia "Bom dia meu principe. E dormi bem obrigada. Beijinhos"

Miguel viu que Lúcia ficou contente por ter visto a mensagem de João que nem se deu ao trabalho de lhe perguntar se queria fazer-lhe companhia na sala. Ele fica desanimado pois contava que ela nem visse a mensagem. Miguel só via Lúcia à sua frente. Mas tinha de aguentar com o facto dela se ter apaixonado por outra pessoa sem ser ele.

Lúcia viu que Miguel estava desanimado quando Joana e Mauro se aproximam dele e o tentam animar. Lúcia vê que já não consegue aproximar-se dele e sai para o jardim para fumar um cigarro. Ele deparou-se que ela ia ter com ele e segue atrás dela.

- Lúcia espera. – Grita Miguel

- Porque é que os deixaste lá dentro sozinhos? Estavam contigo não quis atrapalhar. – Diz Lúcia

- Não atrapalhas. Eu vi que vinhas ter comigo e não quis evitar de estar contigo também.

Nesse momento Miguel beija Lúcia de repente e esta fica sem reacções.

- Porque me beijaste Miguel? – Pergunta Lúcia estupfacta

- Porque... Porque eu gosto de ti Lúcia. – Explica Miguel

- Mas eu pertenço a outra pessoa. Entende que eu só te vejo como amigo. Sei que para ti posso não ser mas tu para mim és.

- Sim eu sei mas apeteceu-me beijar-te. Não aguento mais Lúcia. – Agarrando-lhe nas mãos – Não suporto que te tirem de mim. Sonho contigo, esta noite foi a mais magnifica de todas, ver-te ali a dormir ao meu lado, foi como um desejo tornado realidade.

- Pois mas eu não quero nada contigo, não te vejo sem ser como irmão. Aquele irmão que nunca tive.

- Eu sei Lúcia. Esquece o que te disse então.

Os dois abraçam-se e tudo fica por ali. Pois ambos sabiam que a amizade deles estava acima de tudo e que não a queriam estragar. A semana passou a correr e quando deram conta já estava na altura de voltarem para suas casas.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Amor não escolhe idades [3º Capitulo]

Miguel lançou o convite de irem os 4 para casa dele passar aquela semana.
Lúcia estava preocupada pois os pais sabiam que Miguel era de confiança mas não sabia como é que eles reagiam.
Pensou no que iria dizer mas também sabia que seus pais não lhe iam ligar nenhuma pois tinham colocado o trabalho em primeiro lugar.
Chegada a casa, Lúcia reúne os pais.

- Preciso de vos pedir uma coisa. - Diz Lúcia
- Diz filha o que tens para nos pedir. - Diz Sofia curiosa
- O Miguel perguntou-me se eu não queria ir passar uma semana a casa dele.
- Não te deixo ir Lúcia. Muito menos com um rapaz. - Responde Bruno
- Lúcia, já sabes como é o teu pai mas por mim podes ir. Já conheces o Miguel há tanto tempo. - Contesta Sofia
- Obrigada mãe. Vou agora mandar mensagem ao Miguel a dar a noticia.

Lúcia sobe para o seu quarto e sem hesitar manda mensagem a Miguel.

De: Lúcia "Miguel falei com os meus pais e eles deixam."

De: Miguel "Ainda bem. Não te esqueças quando partimos. Faz as malas que depois vou-te buscar."

Enquanto Lúcia fazia a mala só pensava na bela semana que ia ter com os amigos dela.
Quanto deu pelas horas já eram horas de jantar e sabia que Miguel a iria buscar depois do jantar.
Desceu, jantou e quando acabou, Miguel tinha dado um toque para que ela soubesse que ele já estava à espera dela.
Foi buscar a mala, despediu-se dos pais e dirigiu-se ao carro de Miguel.

- Então como conseguiste vir?
- A minha mãe ajudou. O meu pai não queria deixar.
- Fogo outra vez com a mania que eu não sou de confiança?
- Talvez, não sei. Mas o que importa é que estou aqui.
- Sim isso é verdade. Olha vou ter de ir a casa da Joana. Vamos lá buscá-los.
- Por mim tudo bem.

Lúcia e Miguel seguiram até casa da Joana que já os esperava. Entraram no carro e seguiram viagem até casa de Miguel. Chegados ao destino, todos se deslumbraram com a bela vista que tinha a casa, a paisagem era lindíssima. Parecia que tinha saído de um conto de fadas.
Vista para um campo verdejante, um rio límpido e árvores com copas lindíssimas.
Depois de todos deslumbrarem a paisagem chegou a altura de se dividirem pelos quartos que haviam na casa.
Apenas existiam 2 quartos de casal onde num deles Joana e Mauro ficaram . No outro quarto já não se sabia quem ficava pois Miguel costumava ficar com aquele quarto quando havia visitas.

- Lúcia fica com o quarto. Eu fico na sala.
- Não! Ficas tu no quarto. Eu não me importo de dormir num sofá.
- Eu faço questão Lúcia. - Suplicou Miguel
- E que tal dividirem o quarto? - Reclamou Joana

Os dois olharam um para o outro, pasmados com o que Joana tinha dito. Pois não era muito normal aquela situação.

- Pronto dividimos o quarto. - Decidiu Lúcia
- Esta decidido. Vamos arrumar as coisas. - Disse Miguel

Lúcia não acreditava que tinha de dividir o quarto com o seu confidente. Ela nem queria acreditar no que lhe estava a acontecer. Tudo lhe parecia muito estranho, dividir um quarto, um espaço e até mesmo uma cama.
Chegou-se a hora de dormir e Lúcia ainda nem acreditara. Joana e Mauro dirigiram-se para seu quarto enquanto Miguel e Lúcia ficaram na sala a conversar.

- Sabes Miguel . . . - Disse lúcia envergonhada
- Diz Lúcia
- Isto é tudo muito estranho.
- Isto o que?
- Isto de dormirmos juntos.
- Eu acho lógico. Já que nenhum de nós queria ficar com o quarto.
- Pois mas tu és o dono da casa, logo devias ficar na casa. - Disse Lúcia bocejando
- Sim mas os hóspedes estão sempre primeiro e quero que se sintam em casa. Já vi que estás com sonos. Que tal irmos dormir?
- Sim é verdade. Acho melhor irmos.

Os dois subiram para o quarto, ela despiu-se no quarto enquanto ele foi para a casa de banho. Quando Miguel chegou ao quarto, Lúcia já estava deitada na cama e já dormia. Ele deu-lhe um beijo na testa e deitou-se não deixando de admirar a sua confidente a dormir pois para ele, ela parecia uma princesa.
Miguel apreciava cada detalhe de Lúcia. Desde seu cabelo, as feições, aos seus contornos e ao seu corpo.
Desejava ter aquele corpo só para ele. Miguel já não via Lúcia como sua confidente mas sim por algo mais. Nesse momento ele começou a sentir o cansaço e adormeceu.

[continua]

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amor não escolhe idades [2º Capitulo]

Numa leve brisa matinal, Lúcia entrou no carro do amigo, como uma sobrevivente de um naufrágio salta para um salva-vidas. Com fervôr!

De certa forma, por mais que amasse a família e que entendesse o seu dever como filha, sempre ficou convencida que ela era apenas mais uma dentro de casa.

Os seus pais, especialmente o seu progenitor, nunca fizera qualquer esforço para a tentar copmpreender, para a tentar perceber. Para ele, Lucia era apenas uma jovem diferente das outras, uma jovem problemática que ele sinceramente não a percebia.

Nem sempre tinha sido assim. Quando ela era pequena, o pai era o heroi dela, e simultaneamente ela era o mais que tudo dele. Naquele tempo, com aquela idade, ele sabia sempre se ela tinha fome, sede ou se lhe apetecia algo. Agora, ele não sabe nada dela.

Nunca percebeu como alguem pode mudar assim, nunca se acostumou ao seu levantar de voz perante ele. As discussões eram inevitáveis.

Em todo este acto evolutivo, nunca o pai perguntou: " Lucia, precisas de algo?". Isso doi, e ela sentia-o.

Daí a importância de Miguel, do seu grande amigo. Do seu confessor.

Miguel era um dos raros homens que conseguira lhe oferecer um "porto de abrigo", uma "almofada" de segurança e nunca ela ousou colocar isso em causa, com uma improvável relação amorosa. Não que ele não fosse atraente, ou que não suscitasse nela uma certa atracção, mas o papel dele no seu Mundo, já estava entregue. Miguel era o seu amigo. O seu melhor amigo e nunca colocaria isso em risco.

Igualmente para Miguel, Lucia não era apenas uma jovem com quem ele se dava. Era a sua melhor amiga, alguem que o ouvia e que a ouvia. Havia entre os dois, uma sã cumplicidade, embora por diversas vezes, ele estivesse tentado a "ir mais além", a ousar apróximá-la, quem sabe a seduzi-la.

Um homem tem de saber interpretar os sinais, tem de saber entender o que vai na cabeça de outrém, mas por vezes é complicado entender as mulheres.

Ali sentado, ao volante da viatura, Miguel olhava-a pelo canto do olho. Lucia vestia a blusa branca que ele tanto gostava, as jeans apertadas com que sempre andava, que lhe realçavam as pernas bem delineadas. E o sorriso dela, sempre aberto, sempre radioso para ele:

-Combinei tam,bem com o Mauro e com a Joana.Pode ser?

-Sim, é bom estarmos com eles. Eu gosto da Joana.

-Como está tudo em casa? - Indagou Miguel de sobrolho levantado.

-Nem me fales disso. O costume nem se dignaram a dizer bom dia.

-Percebo.

-Oh pá, não sei o que esperam de mim. Nunca sei o que quererm de mim!

-Bom, pelo menos o teu pai não mandou vir contigo.

-Sim, mas é pior. Odeio quando ele me evita com o olhar.

O carro estacionou diante do café, onde o casal amigo já os aguardavam. Como habitualmente Lucia pediu uma água das pedras e um café e Miguel optou por um refrigerante.

Lucia conhecera Joana numa das suas saídas nocturnas e pouco tempo depois conhecera Mauro, quando ela o apresentou. Mauro era um tipo simples, mas Joana via nele um futuro engenheiro ou doutor.

A determinado momento da conversa, o assunto sobre a mesa recaiu na família e sobre o tema de Lar:

-Não vejo que o lar seja assim tão importante. – Explodiu repentinamente Lúcia.

-Porque não? – Sondou Mauro.

-Bom, acho que é um desses termos muito bonitos filosóficamente, mas para mim pouco inteligíveis no mundo real.

-No mundo real? – Indagou Joana.

-Sim. Tipo supostamente a ideia que devemos ter de lar é a mesma de natal, certo? A família toda reunida, a paz, a harmonia...

-Sim. Concordo com isso. – Apressou-se a incentivar o Miguel.

-Acontece que em muitos lares, não vejo isso. Creio mesmo que em poucos lares isso acontece. – Reforçou Lúcia

-Assusta-te o termo família? – Sondou Joana.

-Muito. Sabes, creio meso que para mim esse é outro conceito vago.

-Porque dizes isso? – Joana parecia surpresa.

-Imagina uma criança adoptada. A família dela seriam os pais adoptivos, ou a original?

-Não podes ir por aí. São coisas diferentes! – Avisou Mauro.

-Não acho que sejam. – Sentenciou Lúcia e sem perder fôlego continuou – Se pensarmos que o conceito família é no momento de criação ou nascimento de alguem, os laços que unem mãe e filho a outras pessoas, então família será forçosamente sempre a família original, ainda que a mãe seja apenas mãe solteira.

-Não. Família é o conjunto de pessoas que já têm laços afectivos entre si. Logo quando tu és adoptada passas a fazer parte de outra família, que doravante será a tua família. – Mauro tentava racionalizar o seu conceito.

-O que digo, é que a família hoje não existe, enquanto garante de Paz e harmonia. – Senteciou Lúcia.

Joana sorriu, num sorriso intrigante e dando-lhe a mão, opinou:

-Lúcia, estás com problemas em casa e talvez por isso fales assim. Mas perceberás que a família, qualquer que seja o termo, é um Universo ao qual precisas de pertencer.

-Não sou dessa opinião, Joana. Posso mesmo passar sem eles!

Miguel tossiu ao de leve e com um brilho nos olhos, propôs:

-Reparem, eu tenho a casa de campo dos meus pais vazia. Aproxima-se uma semana de puro tédio....Porque não vamos os quatro até lá. Passar umas férias?

Os quatro amigos entreolharam-se tendo Joana, bebido um pouco do seu sumo de laranja e com um sorriso enigmático, questionou:

-Porque não?


[Continua]